
"Grande é a poesia, a bondade e as danças. Mas o melhor do mundo são as crianças." (Fernando Pessoa)
Um resumo do Blog pra você!!!

sábado, 6 de março de 2010
A Mulher mais poderosa do mundo!!!
Ganhou o prêmio Nobel da Paz em 1979. Antes, já havia ganho os mais altos prêmios do mundo: desde os prêmios João XXIII da Paz, Balzán, Kennedy, Templeton, o da FAO e o Schweitzer, até os prêmios mais prestigiosos da Índia, como o Pandi Shi (“Ordem do Lótus”), concedido pelo Pandit Nehru, e o Magsaysay, que a proclamou “a mulher mais benemérita do mundo”. Recebeu também o título de Doutora em Humanidade pela Universidade de Washington, e, em 1983, a Medalha Presidencial da Liberdade, a mais alta condecoração dos Estados Unidos, concedida pelo Presidente Reagan. Em 1987, na antiga União Soviética, é condecorada com a Medalha de Ouro do Comitê Soviético da Paz [2].
Concederam-lhe passagens de graça em todas as linhas aéreas do mundo, como antes começara por te-la nos bondes, trens e ônibus de Calcutá e depois de toda a Índia.
Seu nome: Inês (Agnes) Gonscha Bojaxhiu, nascida em 26 de agosto de 1910, em Skoplje, um lugar entre a Albânia e a antiga Iugoslávia. A tual República da Macedônia. Foi batizada um dia depois de nascer, e sua família pertencia à minoria albanesa que vivia no sul da antiga Iugoslávia. Mas nunca morou na Albânia. Foi educada numa escola estatal da atual Croácia, durante os tristes anos da Primeira Guerra Mundial.
Covadonga O’Shea, diretora da revista feminina Telva, escreveu há algum tempo um artigo que se intitulava “Uma mulher que nunca passará de moda”, e que começava assim: “Não é Cindy Crawford nem Cláudia Schiffer. Provavelmente, nunca entrou numa boutique, mas é uma das mulheres que marcam o passo à Humanidade e que deixarão um rasto indelével no século que termina. É muito possível que a preocupação pelo seu look não passe da água e do sabão, mas o seu olhar irradia uma força especial. Sim, é a Madre Teresa de Calcutá, a freira albanesa com um coração de seda e de ferro” [3].
As revistas Time e Paris Match, entre outras, dedicaram-lhe reportagens de capa com o título “Ainda há santos”.
O Ulster e Biafra, Ruanda e Angola, a Etiópia e a Somália, o Harlem e o Bronx, o Tondo de Manila e o Líbano, todas as periferias da dor e da miséria mais dilacerante, a Aids e a lepra, a solidão total e o desprezo: esses foram ao longo de sua vida – dia após dia, noite após noite, com uma intensidade dificilmente igualável, comendo mal e dormindo apenas três horas diárias, em permanente vigília de amor – os cenários desta mulher impressionante, sem dúvida a mais admirável protagonista do nosso tempo, uma das mais fortes presenças humanas na história deste século atormentado, miserável, selvagem e maravilhoso...[4]
Ela disse: “Se houvesse pobres na lua, iríamos até lá. O que conta não é o que fazemos, mas o amor que pomos no que fazemos”.
Em 1949 funda a Congregação das Missionárias da Caridade, onde se incorporam inúmeras moças de todas as classes sociais. Em 1952 abre o lar infantil Sishu Bavan (“Casa da Esperança”) e inaugura o seu famoso “Lar para Morimbundos”, em Kalighat. A partir dessa data, a sua Congregação começa a expandir-se de maneira irresistível pela índia e por todo o mundo [5].
Já em 1975, vinte e cinco anos após a fundação, tem casas abertas nas Filipinas, Tanzânia, Etiópia, Reino Unido, Bélgica, Estados Unidos, Alemanha, Holanda, Colômbia, Peru, México, Panamá, Ilhas Fidji, Papua-Nova Guiné, Índia, Venezuela, Jordânia, Austrália e Palestina. Em 1981, inaugura em Berlim Oriental a primeira das suas fundações em países submetidos ao marxismo. Depois, fará o mesmo na Rússia, em Cuba e na China comunista. Em 1989, abre uma casa na sua Albânia natal que, apesar de ser um dos países mais pobres, injustos e atrasados do planeta, até há pouco fazia gala de ser o país mais ateu do mundo, o único em cuja Constituição figurava paradoxalmente o ateísmo como “religião do Estado” [6].
Atualmente, são mais de 450 centros de assistência e de caridade em mais de cem nações de todo o mundo, inclusive no Brasil, e quase cinco mil religiosas e duzentos missionários. São, entre outras, albergues para adolescentes grávidas, cozinhas gratuitas para famintos, refúgios para pessoas sem lar, em povoados pequenos e em grande cidades.
“Uma das provas da verdadeira santidade é a magnitude da ira que provoca entre os que a rejeitam”.
Certa vez o escritor peruano Mario Vargas Llosa disse que “não interessa aquilo em que ela crê, mas aquilo que ela faz”. Entretanto, nem ela nem ninguém faria o que ela faz, se não cresse em Quem ela crê, e sem crer como ela crê [7].
Fez o contrário das organizações internacionais, com os seus presunçosos programas de ajuda da boca para fora: muitos congressos, muitas reuniões, muitas viagens, muitas entrevistas e muito aparecer na televisão, muita estatística, mas nada de ir aonde ninguém vai, nem de mudar no possível, pouco ou muito, a vida de pessoas concretas. Não das pessoas em abstrato, não; mas de fulano de tal, com lepra; de sicrana de tal, com Aids; de beltrano com nome e sobrenome, que carrega às costas uma cruz na sua família. “Não podemos fazer grandes coisas – costumava dizer -; só podemos fazer coisas pequenas com um grande amor” [8]. Não se resolve o problema da pobreza no mundo acabando com os pobres, nem esterilizando-os, nem reduzindo-os a caricaturas de seres humanos, nem distribuindo dispositivos intra-uterinos ou chantageando os governos que precisam de ajuda (“ou os senhores compram pílulas e preservativos da multinacional A ou B, ou não recebem ajuda”). Ajudam-se de verdade as pessoas quando se faz como a Madre Teresa.
Marie Noëlle Tranchant, contou a curiosa experiência da filmagem de um documentário sobre Madre Teresa: “A mulher mais condecorada e admirada do mundo era a que menos importância dava a si mesma. Não parava. Era o amor em ação, e isso não era nada fácil de filmar”. Não se vê no filme uma heroína excepcional fazendo coisas excepcionais; vê-se uma Madre – uma mãe – amando pessoas necessitadas e desvivendo-se nas pequenas coisas indispensáveis de cada dia: essas que, se não as fazem as mães, não as faz ninguém. O amor não consiste apenas em bons sentimentos. Vai às realidades concretas, com ânimo positivo de serviço, persuadido de que é mais veraz e mais importante criar pequenos oásis do que lamentar-se constantemente de como está seco o deserto do mundo [13].
Os prediletos da Madre Teresa
Na Conferência sobre População e Desenvolvimento no Cairo, Madre Teresa disse [9]:
- O mundo que Deus nos deu é mais do que suficiente, segundo os cientistas e pesquisadores, para todos; existe riqueza mais que de sobra para todos. Só é questão de reparti-la bem, sem egoísmo. O aborto pode ser combatido mediante a adoção. Quem não quiser as crianças que vão nascer, que as dê a mim. Não rejeitarei uma só delas. Encontrarei uns pais para elas. Ninguém tem o direito de matar um ser humano que vai nascer: nem o pai, nem a mãe, nem o Estado, nem o médico. Ninguém. Nunca, jamais, em nenhum caso. Se todo o dinheiro que se gasta para matar fosse gasto em fazer que as pessoas vivessem, todos os seres humanos vivos e os que vêm ao mundo viveriam muito bem e muito felizes. Um país que permite o aborto é um país muito pobre, porque tem medo de uma criança, e o medo é sempre uma grande pobreza.
Uma mulher sem filhos, convertida, pela fé e pelo amor, na mãe mais fecunda do mundo.
Bill Clinton, Presidente dos Estados Unidos, é batista de religião. No meio dos retratos que tem no seu gabinete oval da Casa Branca, encontra-se uma fotografia com dedicatória da Madre Teresa. Clinton nutre verdadeira veneração por ela, apesar de que, cada vez que a recebe, lhe ouve uma repreensão em regra, sem a menor contemplação: a Madre lembra-lhe, não o que há que fazer, mas o que ele, concretamente ele, pode e deve fazer para salvaguardar a paz na justiça e na liberdade, para resolver dignamente os problemas da pobreza e evitar que as mulheres norte-americanas se vejam forçadas ao drama do aborto.
- O aborto provocado - diz-lhe - é uma das minhas maiores cruzes; é a maior barbárie contra a paz do mundo, porque, se uma mãe é capaz de matar o seu filho, o que pode evitar que nos matemos uns aos outros?
Há muitos anos, a Madre declarou à revista italiana Gente: "As crianças são o melhor presente que Deus nos pode fazer, mas o homem, no seu egoísmo, nem sempre aprecia este dom. Com freqüência, as crianças são rejeitadas, abandonadas, maltratadas e até assassinadas. Desde a minha juventude, luto contra esses delitos".
As primeiras criaturas com que a Madre Teresa iniciou a sua nova missão, depois daquela noite em que, viajando de Calcutá a Darjeeling, o Senhor lhe abriu os olhos para a miséria absoluta e nasceu a sua vocação de servir Jesus nos mais pobres, foram precisamente cinco crianças abandonadas. Contou-o assim:
"Vivíamos num tugúrio, nos arredores de Calcutá, na região mais miserável da cidade. Eu buscava alimento entre os desperdícios. Não tínhamos nada, mas eu amava aquelas crianças e elas eram felizes porque se sabiam queridas. Não há pior tristeza no mundo que a falta de amor. Vi crianças que se deixavam morrer porque ninguém as amava. Sou mãe de milhares de crianças abandonadas. Tenho-as recolhido do lixo das ruas. Tenho-as recebido da polícia, dos hospitais onde foram rejeitadas pelas << mães >>. E vou levando-as para diante".
Algumas adolescentes foram violentadas com toda a selvajaria em Bangladesh. As autoridades queriam fazê-las abortar. A Madre Teresa interpôs-se. A uma doutora que insistia em que uma criança não-nascida não é um ser humano, disse-lhe:
- Se a senhora está casada e traz um ser no seu ventre, é um ser humano ou o que é?
- Bem - disse a médica -, isso seria diferente.
- Estas meninas - replicou-lhe a Madre Teresa - foram forçadas contra a sua vontade, mas isso que os senhores querem fazer nelas, isso sim, é que é uma violação muito pior e um assassinato. Eu me encarregarei dos bebês quando nascerem...
Contaram-me alguns dos seus colaboradores que a Madre tem um grande álbum com muitas fotos e que, quando as repassa, fica como que ensimesmada, cheia de ternura e de alegria. Os retardados mentais, os debilóides, os que ninguém aceita, nem acolhe, nem adota, os que ela conseguiu salvar da morte no ventre da mãe, "esses ficam comigo. A natureza foi cruel com eles, mas são filhos de Deus e têm tanta necessidade de carinho! São os meus prediletos".
A guerra contra os desfavorecidos
Em entrevista à Miguel Angel Velasco, disse:
“O mundo anda fora dos eixos. São muitas mais as crianças que morrem por causa do aborto que as que morrem intoleravelmente, aos milhões, por causa da fome e da sede. Hoje está em pleno andamento uma guerra declarada contra as crianças que devem nascer. Não deveria ser assim.
“Os anciãos deveriam preparar-se para ir para casa, para junto de Deus, nosso Pai; os jovens deveriam dar o seu trabalho, o seu tempo, as suas mãos, o seu coração, para amar e atender os que precisem deles; os que sofrem deveriam saber que os seus sofrimentos são um beijo de Deus; os noivos que se são casar deveriam aprender a rezar juntos, porque o mais importante é que as famílias vivam unidas; então haverá paz no mundo” [10].
Indira Gandhi reconheceu certa vez perante a Assembléia da ONU: “Na presença da Madre Teresa, todos nos sentimos com razão um pouco humilhados e envergonhados de nós mesmos”.
Uma das coisas que ela exigia às noviças de sua Congregação é que soubessem sorrir, e rejeitou muitas delas porque não sabiam faze-lo. Também a chamam “Madre Sorriso”, por viveu o que recomendava.
Em seu cartão de visitas, impresso em papel amarelado, se lia:
The fruit of silence is prayer
The fruit of prayer is faith
The fruit of faith is Love
The fruit of Love is Service
The fruit of Service is Peace.
Isto é: “O fruto do silêncio é a oração; o fruto da oração é a fé; o fruto da fé é o Amor; o fruto do Amor é o Serviço; o fruto do Serviço é a Paz”.
Ela disse certa vez: “Hoje em dia, quando quase todas as doenças têm o seu remédio, não se encontrou remédio algum para a indiferença pelo próximo. E, no entanto, existe. Não se melhorará a situação dos excluídos nem se transformará o mundo com revoluções, violência, guerras, nacionalismos desenfreados, terrorismo e ódio, mas unicamente por meio do amor e da caridade” [11].
E também: “- Nenhum de nós, nem os senhores nem eu, tem o direito de condenar qualquer ser humano. Por muito que os vejamos fazer coisas que nos parecem erradas, não sabemos por que as fazem. Talvez sejamos nós que os obrigamos a faze-las. A maior pobreza não é a falta de dinheiro, ou a falta de pão e de comida, mas sobretudo uma fome terrível de reconhecimento da dignidade que cada um tem; e aí cometemos muitos erros, porque deixamos as pessoas de lado e vamos às nossas coisas e somente às nossas coisas”.
Enquanto o mundo inteiro vive em plena crise vocacional, o centro de formação de vocações das Missionárias da Caridade têm as vagas completamente preenchidas.
Fundou também um ramo contemplativo das Missionárias da Caridade, e um ramo masculino contemplativo. Certa vez um fiscal da receita da Índia mostrou-se disposto a todo tipo de isenções com relação às Missionárias da Caridade, mas não quanto às contemplativas, porque “não vejo o bem que s contemplativas fazem à sociedade”. A Madre respondeu-lhe: - Perdoe-me, mas o senhor não sabe o que está dizendo. Sem elas, nós não poderíamos fazer absolutamente nada. São essenciais ao nossos trabalho: são elas que obtêm do Céu a ajuda de que precisamos”. [12]
Prem Dam (“Presente de amor”) é o nome hindu de diversos centros criados para mitigar a miséria de Calcutá, de Bombaim, de Nova Delhi. Nessas cidades grandes, os inválidos e os necessitados fazem tapetes, fabricam esteiras de vime e cantam enquanto trabalham. Retiram do entulho tudo o que pode servir para alguma coisa, e fazem com que sirva. É outra idéia da Madre Teresa: com o que muitos jogam fora, podem-se fazer maravilhas: é transformar o lixo em ouro, diz ela. “Não se pode, não se deve desperdiçar, quando existem seres humanos que suspiram até pelo amável som de uma voz humana...”
É a velha filosofia prática de vida, que a Madre Teresa pratica há muito tempo: durante uma noite de tormenta, num leprosário às margens do Ganges, compôs este texto:
A vida é uma oportunidade; aproveita-a.
A vida é beleza; admira-a.
A vida é felicidade; saboreia-a.
A vida é um sonho; torna-o realidade.
A vida é um desafio; enfrenta-o.
A vida é um jogo; joga-o.
A vida é preciosa; protege-a.
A vida é riqueza; conserva-a.
A vida é amor; desfruta-o.
A vida é mistério; desvenda-o.
A vida é promessa; cumpre-a.
A vida é tristeza; supera-a.
A vida é um hino; canta-o.
A vida é uma tragédia; domina-a.
A vida é uma aventura; encara-a.
A vida é um gozo; merece-o.
A vida é vida; defende-a.
Madre Teresa de Calcutá faleceu em 5 de setembro de 1997 vítima de uma parada cardíaca. Foi beatificada em 19 de outubro de 2003 pelo Papa João Paulo II.
terça-feira, 21 de abril de 2009
TIRADENTES

Alferes da tropa de cavalaria colonial brasileira nascido na Fazenda do Pombal, próxima ao arraial de Santa Rita do Rio Abaixo, entre a Vila de São José, hoje Tiradentes, e São João del-Rei, mártir dos movimentos pela independência do Brasil.
Filho do português Domingos da Silva Santos, proprietário rural, e da brasileira Antônia da Encarnação Xavier, o quarto dos sete irmãos, ficou órfão aos 11 anos, não fez estudos regulares e ficou sob a tutela de um padrinho, que era cirurgião.
Trabalhou como mascate e minerador e tornou-se sócio de uma botica de assistência à pobreza na ponte do Rosário, em Vila Rica, e se dedicou também às práticas farmacêuticas e ao exercício da profissão de dentista, o que lhe valeu o cognome Tiradentes.
Com os conhecimentos que adquirira no trabalho de mineração, tornou-se técnico em reconhecimento de terrenos e na exploração dos seus recursos, começou a trabalhar para o governo no reconhecimento e levantamento do sertão brasileiro.
Depois alistou-se na tropa da capitania de Minas Gerais e foi nomeado pela rainha Maria I, comandante da patrulha do Caminho Novo (1781), estrada que conduzia ao Rio de Janeiro, que tinha a função de garantir o transporte do ouro e dos diamantes extraídos da capitania.
Nesse período, começou a criticar a espoliação do Brasil pela metrópole, que ficava evidente quando se confrontava o volume de riquezas tomadas pelos portugueses e a pobreza em que o povo permanecia.
Insatisfeito por não conseguir promoção na carreira militar, alcançando apenas o posto de alferes, pediu licença da cavalaria (1787).
Morou por volta de um ano na capital, período em que desenvolveu projetos de vulto como a canalização dos rios Andaraí e Maracanã para melhoria do abastecimento de água do Rio de Janeiro, porém não obteve deferimento dos seus pedidos para execução das obras.
Esse desprezo fez com que aumentasse seu desejo de liberdade para a colônia.
De volta a Minas Gerais, começou a pregar em Vila Rica e arredores, a favor da independência do Brasil.
Organizou um movimento aliado a integrantes do clero e pessoas de certa projeção social, como Cláudio Manuel da Costa, antigo secretário de governo, Tomás Antônio Gonzaga, ex-ouvidor da Comarca e Inácio José de Alvarenga Peixoto, minerador.
O movimento ganhou reforço ideológico com a independência das colônias americanas e a formação dos Estados Unidos.
Fatores regionais e econômicos contribuíram também para a articulação da conspiração de Minas Gerais, pois na capitania começara a declinar a mineração do ouro.
Os moradores já não conseguiam cumprir o pagamento anual de cem arrobas de ouro destinado à Real Fazenda, motivo pelo qual aderiram à propaganda contra a ordem estabelecida.
O sentimento de revolta atingiu o máximo com a decretação da derrama, uma cobrança forçada de 538 arrobas de ouro em impostos atrasados (desde 1762), a ser executada pelo novo governador de Minas Gerais, Luís Antônio Furtado de Mendonça, visconde de Barbacena.
O movimento se iniciaria na noite da insurreição: os líderes da inconfidência sairiam às ruas de Vila Rica dando vivas à república, com o que ganhariam a imediata adesão da população.
Porém, antes que a conspiração se transformasse em revolução, foi delatada pelos portugueses Basílio de Brito Malheiro do Lago, Joaquim Silvério dos Reis e o açoriano Inácio Correia de Pamplona, em troca do perdão de suas dívidas com a Fazenda Real.
E assim, o visconde de Barbacena suspendeu a derrama e ordenou a prisão dos conjurados (1789).
Avisado o inconfidente escondeu-se na casa de um amigo no Rio de Janeiro, porém foi descoberto por Joaquim Silvério que sabia de seu paradeiro, já que o acompanhara em sua fuga a mando de Barbacena.
Preso, assumiu toda a culpa pela conjuração e após um processo que durou três anos, foi o único que não mereceu clemência da rainha dona Maria I, pois condenado à morte junto com dez de seus companheiros, estes tiveram a pena comutada por favor real.
E assim, numa manhã de sábado (21/04/1792), o condenado percorreu em procissão as ruas engalanadas do centro da cidade do Rio de Janeiro, no trajeto entre a cadeia pública e o largo da Lampadosa, atual praça Tiradentes, onde fora armado o patíbulo.
Executado e esquartejado, com seu sangue lavrou-se a certidão de que estava cumprida a sentença, e foi declarada infame sua memória.
A cabeça do herói foi exposta no alto de um poste em Vila Rica; os restos mortais foram distribuídos ao longo do Caminho Novo: Cebolas, Varginha do Lourenço, Barbacena e Queluz, antiga Carijós, lugares onde fizera seus discursos revolucionários.
Fonte: www.dec.ufcg.edu.br

Líder da Inconfidência Mineira
1746, Minas Gerais21/04/1792, Rio de Janeiro
Líder da Inconfidência Mineira e primeiro mártir da Independência do Brasil, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, nasceu em Minas Gerais em 1746, filho do proprietário rural português Domingos da Silva Santos.
Antes mesmo de freqüentar a escola, já havia aprendido a ler e escrever com a mãe. Órfão de mãe e pai desde a juventude, ficou sob a tutela de um tio até a maioridade, quando resolveu conhecer o Brasil. Já adulto, foi tropeiro, mascate e dentista (daí o apelido). Trabalhou em mineração e tentou a carreira militar, chegando ao posto de alferes no Regimento de Cavalaria Regular.
Foi na tropa que Tiradentes entrou em contato com as idéias iluministas, que o entusiasmaram e inspirariam a Inconfidência Mineira, a primeira revolta no Brasil Colônia a manifestar claramente sua intenção de romper laços com Portugal, marcando o início do processo de emancipação política do Brasil.
A revolta foi motivada ainda pela decisão da coroa de cobrar a derrama, uma dívida em atraso. A conspiração foi delatada por Joaquim Silvério dos Reis e todos os seus participantes foram presos.
Sobre Tiradentes, recaiu a responsabilidade total pelo movimento, sendo o único conspirador condenado à morte. Enforcado em 21 de abril de 1792, teve seu corpo esquartejado. Seus membros foram espalhados pelo caminho que ligava o Rio de Janeiro a Minas Gerais. Sua cabeça foi exposta em Vila Rica.
Com a morte de Tiradentes, o Estado português queria demonstrar uma punição exemplar para desencorajar qualquer revolta contra o regime colonial. Tiradentes tornou-se mártir da Independência e da República.
Fonte: educacao.uol.com.br
TIRADENTES - 21 de Abril

Tiradentes
1746: Nasce em Pombal, distrito de S. José d’el Rei (hoje Tiradentes), Minas Gerais; os pais são Domingos da Silva Santos, nascido em Portugal, e Maria Antónia da Encarnação Xavier, nascida na Vila de São José d’el Rei (Brasil).
1755: Morre Maria Antónia; o viúvo e os órfãos mudam-se de vez para a Vila de São José.
1757: Órfão de pai.
1780: Arregimenta-se como soldado.
1781: É promovido a Alferes.
1786: A mando do governador da capitania de Vila Rica, leva brilhantemente a cabo estudos demográficos, geográficos, geológicos, mineralógicos - quer de aplicação civil, quer militar.
1788: Envolve-se na Inconfidência contra a Coroa portuguesa
1789: Como conspirador, é preso no Rio de Janeiro.
1792: É enforcado em praça pública e depois esquartejado.
Tiradentes incita os Inconfidentes. Entretanto, o que está a acontecer no resto do mundo? Consulta a Tábua Cronológica.
1789, Rio de Janeiro.
A 1 de Maio aparece na cidade o coronel Joaquim Silvério. Logo trata de visitar - e com que frequência – o conde de Resende. No dia 2, grande azáfama. Cubículos especiais são mandados construir nalgumas das piores prisões. A sua guarda pessoal passa a ser constituída exclusivamente por portugueses. Dois granadeiros são encarregados de vigilância extraordinária. Informações sobre as origens de todos os seus soldados são solicitadas com urgência – estes são portugueses, aqueles são brasileiros....
Os granadeiros vigiam Joaquim José da Silva Xavier, conhecido por Tiradentes, por causa do ofício que aprendera com o padrinho. Agora é alferes do Regimento pago por Vila Rica, Minas Gerais. Andava a procurar gente que o ajudasse a libertar o Brasil através duma conspiração abominável. Sabedor de tal crime, o governador de Minas havia encarregado o Coronel, amigo do suspeito, de seguir seus movimentos e comunicar seus achados directamente ao Vice-Rei.
Tiradentes sonha. Ao ajudante de artilharia Nunes Cardoso, proclama:
- Esta terra há ser um dia maior que a Nova Inglaterra! Mas as suas riquezas só as poderemos alcançar no dia em que nos libertarmos do jugo dos portugueses para sermos os senhores da terra que é nossa.
Nunes Cardoso empalidece. Roga-lhe que nunca mais se refira a tais assuntos…
Mas Tiradentes não desiste. Pede a várias pessoas que lhe traduzam livros políticos ingleses, também a Declaração da Independência americana. Alguns dos livros têm até referências elogiosas à República… Em Vila Rica, na casa de João Rodrigues de Macedo, chegara mesmo a exibir a lista, por ele levantada, dos habitantes da capitania e comentara:
- Têm Vossas Mercês aqui todo este povo açoitado por um só homem, e nós todos a chorarmos como negros – ai, ai... E de três em três anos vem um, e leva um milhão; e os criados levam outro tanto; e como hão-de passar os pobres filhos da América? Se fosse outra nação já se tinha levantado!
Os amigos pedem-lhe que pare. Além disso, tens estado a ser seguido por dois granadeiros, informam-no. Tiradentes primeiro pensa liquidá-los. Depois opta por regressar mais depressa a Minas, quem sabe se na mira de precipitar o golpe... Pede um bacamarte emprestado e inicia os preparativos para a fuga. Mas, vigiado como anda, logo se apercebe que é impossível fugir. Esconde-se.
Em anterior viagem, havia curado a chaga cancerosa no pé da filha duma viúva. Pede-lhe ajuda. O decoro manda que não alberguem homem em casa. Tiradentes, por sua recomendação, vai para casa do ourives Domingos Fernandes, guiado pelo Padre Inácio Nogueira, sobrinho da viúva. Aí entra no dia sete de Maio pelas dez da noite.
O desaparecimento de Tiradentes provoca pânico entre os adversários. Na manhã do dia oito pede ao Padre que visite o coronel Joaquim Silvério, que continua a julgar seu amigo. O delator, que periodicamente envia relatórios escritos ao Vice-Rei sobre as actividades do amigo, finge-se preocupado. Quer saber do paradeiro de Tiradentes para poder ajudá-lo... Mas o Padre é jesuíta, contorna a inquirição, afirma não morar na Corte. Silvério não desarma e, ao encontrar na rua, no dia seguinte, outro clérigo, pergunta pelo Padre Inácio.
- Tenho bom negócio a propor-lhe.
O outro cai na esparrela e eis o Padre Inácio arrastado para o palácio do Vice-Rei. Pessoa comum, não resiste às ameaças, inclusivamente de morte. A teia começa a ser tecida.
INFRA-ESTRUTURA I
Na segunda metade do século XVIII, do Rio de Janeiro para Norte, o processo económico dominante é a monocultura agrária sustentada pela mão-de-obra escrava, uma espécie de feudalismo tardio importado da Europa.
Já no Centro, em Minas Gerais, que tanto aqui nos interessa – mas também em Mato Grosso - a presença de ouro e diamantes, recentemente revelada, produz outro tipo de sistema económico. S. Paulo era a província em que mais tomara forma uma população brasileira autêntica, pronta a tomar posse de tudo a que pudesse lançar mão, mineral, vegetal, mineral ou… humano.
Depressa irrompem por Minas e Mato Grosso e não viram a cara ao confronto com aqueles que se lhes opõem. Assim, em 1708, no Rio das Mortes, chacinam os emboabas. Este é a alcunha tupi que dão aos reinois, pois emboaba quer dizer galinha ou pinto calçudo, evocação sarcástica das botas de cano alto usadas pelos portugueses que vinham da Metrópole para sacar e enviar para Lisboa o ouro do Brasil. A cidade principal da capitania é Vila Rica, vinte mil habitantes, luxo, esbanjamento, aventura, sangue. E a nova situação afecta os mercados do Norte, pois claro, que "isto anda tudo ligado". O preço dos negros sobe em flecha nos mercados de escravos.
Tanto basta para que, no Reino, os poderosos imponham as suas vontades: esse ouro pertence à Metrópole e não à colónia de onde é extraído. Se necessário, não terão pejo em recorrer à força. Porém, o tempo é amigo da distância e esta é irmã do desrespeito. Os escravos são na mesma trocados por ouro, através da Baía. As trocas comerciais estimulam o aparecimento de novas necessidades e consequentemente alarga-se o leque das ofertas. A sociedade prospera. Em Minas, mas também em S. Paulo, há grandes feiras. Rasgam-se caminhos para Sul, sedimenta-se o território. O gado vem do Rio Grande, quer para o abate, quer para a produção leiteira.
A repressão aumenta, ciclo vicioso. Novas leis ditando os direitos da Coroa sobre o ouro. Igualmente visando pôr fim ao contrabando. A revolta cresce e nessa revolta começa a germinar uma ideia: nacionalidade. Como todas as ideias tem uma história. E um precursor. Que tem nome, claro: Filipe dos Santos.
A PRISÃO
Os vultos assomam às janelas. Os mais afoitos saem à rua, timidamente, olham de longe, falam baixinho. Uma centena de soldados comandados pelo Alferes Francisco Pereira Vidigal, impede o trânsito no quarteirão onde fica a casa do ourives Domingos Fernandes, contratador e marcador de prata.
O cerco aperta-se. A casa parece deserta. Um soldado informa que um homem se escondeu no sótão com uma arma na mão. Vidigal, incerto, acaba por mandar forçar a entrada. Irrompe no sótão, rodeado por dezenas de soldados. O homem olha-os de frente mas não reage, não fala. Entrega-se. Veste o dólman. Põe o chapéu.
- Que pretendia fazer com o bacamarte?
- Resistir, mas são tantos…
INFRA-ESTRUTURA II
As contas do Rei são fáceis: seu, é um quinto de todo o ouro brasileiro. Não admira que aumentem as confrontações entre brasileiros e portugueses. Os resultados são variáveis. Se no Rio das Mortes quem leva a melhor são os paulistas, no Caeté vira-se o feitiço.
Braz Baltazar da Silveira, governador desde 1713, passa a cobrar outros impostos além do quinto, as chamadas taxas de entrada. E, porque o Rei supunha ser na mesma enganado, para garantir o quinto, cobram-se dez oitavas de ouro por bâtea.
O governador tenta um acordo que o Rei reprova. Nova tentativa resulta num compromisso. Para além duma redução nos outros impostos e taxas, em vez do quinto passarão as capitanias a arrecadar trinta arrobas de ouro e a enviá-las para o Reino. O governador inclui no acordo uma cláusula que virá a tornar-se importante: autorizações para decretar derramas (para garantir mesmo as trinta arrobas) e para criar novos impostos quando quisesse. E isso acontece mesmo.
Antes do(s) acordo(s), é a revolta do Rio Vermelho. Depois, as de Vila Rica, de Pitangui, do Rio das Velhas. Instabilidade. Entra em cena governador novo em 1717, o conde de Assumar. Agitação. O Conde propõe reduzir a taxa para vinte e cinco arrobas, mas todos os impostos vão para a Coroa por inteiro, nada fica no Brasil. O Rei ainda não está satisfeito e manda construir quatro fundições em Minas, que devem tratar todo o ouro e mandar vinte por cento do total fundido para a Metrópole. O quinto, o famigerado quinto... No século XX, no Brasil, dir-se-á ainda, os quintos do Inferno...
Para piorar as coisas, manda o Governador que não mais se use o ouro em pó, até aí a real, apesar de não ser a Real, moeda. Revolta. A de Vila Rica é a mais importante. O Conde de Assumar assina o acordo. O povo festeja. A mando do Governador, os soldados praticam violências e saques. Prendem também os chefes do movimento, que são enviados para Lisboa, condenados e presos. Filipe Santos é o chefe popular. Sabendo que não pode recuar, incita as massas contra o opressor, libertem os prisioneiros, rompam-se as amarras com a Metrópole!
É preso, julgado e enforcado. O cadáver é preso a um cavalo que lançam a galope. Sangue e morte. E a encenação virá a repetir-se.
Tiradentes: OS PRIMEIROS ANOS
Nasce por volta de 1746, em Pombal, distrito de S. José d'el-Rei. Os pais são Domingos da Silva Santos (português) e Maria Antónia da Encarnação Xavier, nascida em São José (Brasil). Aos nove anos fica órfão de mãe e muda-se, com seu pai e irmãos, para a sede da Vila (São José d’el-Rei). Aos doze anos fica órfão de pai, ficando a morar com suas tias na Vila. Um dos seus irmãos chega a capitão. Mas é com outros dois, padres, que Tiradentes se instrui. A letra é desembaraçada, vê-se que escreve, mais ainda por que não o faz com erros. Tudo quer saber e, não tendo uma educação ortodoxa, a verdade é que é dentista, médico e engenheiro de sucesso. Não tem jeito para o comércio, é verdade, nem como vendedor ambulante, nem depois como minerador (apesar dos seus vastos conhecimentos de mineralogia).
Para se aferir do grau de incultura reinante basta dizer que, pretendendo elogiar os seus conhecimentos de mineralogia, o governador Luiz de Menezes afirma que ele tem uma grande inteligência "meneira lógica"). E no entanto, marca passo. No exército, é sistematicamente preterido nas promoções. E os portugueses, mesmo os da pior qualidade, lá vão subindo, paulatinamente. Receios das hierarquias…
INFRA-ESTRUTURA III
Ouro e diamantes. Destes confirma-se que valem uma fortuna pela peritagem holandesa. Logo, o monopólio pela Metrópole. A zona de Rio Frio, conhecida pelo Distrito Diamantino, vive quase em estado de guerra tal é a repressão, o rigor no controlo. Nada escapa à voracidade da Metrópole. Consequência directa: o aumento do contrabando.
E é no contrabando que vai ganhando forma a ideia nacional, pois não é ele, por excelência, o meio de luta contra a Coroa? Tanto quanto as armas vale a criação duma verdadeira economia regional. Para mais, este fenómeno do contrabando não é tipicamente brasileiro, nem sequer latino-americano, nem apenas exclusivo da época…
ILUMINISMOS E ILUMINAÇÃO
"Está mais ou menos generalizada no Brasil a ideia de que a Inconfidência foi só um movimento de protesto contra a derrama que o governo português mandou fazer em 1789, a fim de recolher na capitania, dum modo violento, as quinhentas e vinte e oito arrobas de ouro de que se julgava credor. Isso não é verdade. A notícia de que a derrama se aproximava contribuiu, é claro, para agravar a situação e apressar o trabalho dos conspiradores, mas a ideia da conspiração - ou da revolução, pode-se mesmo dizer - vinha de mais longe e tinha razões mais complexas.
"A Inconfidência não pretendia apenas libertar Minas e o Brasil do jugo da Metrópole. Queria - e isto é o que precisa ficar bem claro - formar aqui uma grande nação republicana, com suas indústrias e possuindo um corpo de leis moderníssimas, de acordo com os postulados revolucionários que agitavam a França e por influência inglesa e francesa tinham já sido vitoriosos nos Estados Unidos."
(Brasil Gerson, in "História Popular de Tiradentes")
A riqueza de Vila Rica permite a formação duma elite intelectual, homens de letras, homens de leis. Uma certa juventude desafogada estuda em França, onde bebe o fermento revolucionário.
E nesse mundo os revolucionários dão-se as mãos. Kosciuzko, o libertador da Polónia, bem como Lafayette, Bouilé e Rochanbeau, heróis franceses, tornam-se heróis ianques e lutam ao lado dos fouding fathers Benjamin Franklin, George Wahington e Thomas Jefferson. Miranda, o aventureiro venezuelano, torna-se general do exército francês em luta contra ingleses, austríacos e prussianos. Abreu e Lima, brasileiro e filho de padre é, nos Andes, general de Bolívar.
José Joaquim da Maia, filho de pedreiro, estuda em França a expensas do pai. Pede audiência reservada a Jefferson, então embaixador em França. Apenas tem entusiasmo para oferecer. Trocam correspondência. Apesar de tudo o amigo americano afirma que reconhecerá a independência do Brasil tão logo ela aconteça. E trocas comerciais. E ajuda no estabelecimento de industrias. Vandek (tal é o nom de guerre de José Joaquim), aproveita a troca de cartas para cimentar ideias. É o início ainda tímido do pan-americanismo. Morre sem sequer ver a Inconfidência, doente - por ironia em Portugal. Influência em Tiradentes, será muito mais directa a de José Álvares Maciel, que andava por Inglaterra enquanto José Joaquim estava em França.
INFRA-ESTRUTURA IV
Os governadores sucedem-se. A turbulência social não diminui. A sangria do ouro, face às novas leis, é ainda maior. Um dos governador decreta uma dotação extraordinária de cento e vinte e cinco arrobas. Os impostos não param de aumentar, não apenas sobre a mineração. Todas as actividades económicas são sujeitas ao mesmo tratamento. Apesar de tudo, única maneira de acalmar os ânimos, chegam ao fim as casas de fundição.
Curvello tenta a Revolução. Quinze conspiradores são exilados para não mais voltarem. E a partir de 1755, deixa de poder haver indústria. Os teares apenas podem fabricar tecidos para uso dos escravos. E o fisco persegue a mineração como nunca. O caos alarga. O descontentamento rebenta aqui e ali. Em 1780, Rodrigo José de Menezes é Governador que tenta rumar contra a maré. Propõe uma série de reformas que considera essenciais. O Rei propõe-se apenas contemplar a implantação do serviço postal.
Tiradentes: MORTE MATADA
No dia 21 de Abril de 1792 Tiradentes é enforcado no Largo do Lampadário, no Rio de Janeiro. Dos Inconfidentes, é o único executado, serve de exemplo. O seu corpo é esquartejado. Pedaços dele são espalhados pela estrada que vai para Vila Rica. Uma gaiola com a sua cabeça é alçada a um poste cravado no centro de Vila Rica.
De morte assim matada, Tiradentes morre solteiro. Deixa porém dois filhos menores, Joaquina e João.
Apesar da terem declarado infame o nome do pai e o da família, João é adoptado por um comerciante. Seguirá a carreira militar.
Joaquina vive com a mãe até à maioridade. Portanto pobre, afastada do mundo e de todos, privada de auxílio pelo clima de terror.
Eugénia Maria de Jesus, a companheira de Tiradentes, dizem que é bonita, despretensiosa, clara, de olhos azuis. Mas a pobreza tudo mata.
Tiradentes será herói e lenda, elas de nada sabem.
INFRA-ESTRUTURA V ou Cherchez la femme
Em 1783, o imposto relativo ao sal correspondia aproximadamente a noventa e oito por cento do seu valor de importação… Com valores destes, começa a ser pertinente investigarmos as causas desta sangria.
Na origem está o célebre Tratado de Methuen, que estudamos na escola como um dos grandes feitos do Marquês de Pombal. Celebrado em 1703 entre Portugal e a Inglaterra, acordava no seguinte: em troca dum abatimento de trinta e três e um terço por cento nas taxas aduaneiras, Portugal comprometia-se a dar à Velha Albion completa preferência às suas manufacturas, tanto na Metrópole como nas colónias.
Isto, que aparece inócuo e recíproco, começa a revelar a sua verdadeira face quando nos apercebemos que o consumo de vinhos portugueses pela Inglaterra não chegava à terça parte dos produtos manufacturados importados por Portugal. Consequência: saldo descaradamente positivo para os ingleses, dívida galopante dos portugueses. Remédio: a sangria do ouro brasileiro em direcção às terras para além do Canal da Mancha.
Eis a razão porque a Coroa recusa as reformas progressistas de Menezes. Portugal está absolutamente dependente da sua mais velha aliada, não pode permitir que a sua colónia lhe faça concorrência. Por outro lado, um Brasil desenvolvido criava o receio da autonomia. E sem colónias, que é Portugal?
Manietado pelo Tratado, o país afunda-se, também ele impedido de produzir e portanto de manter relações de comércio normais. A Corte esbanja o ouro no fausto e na luxúria e na devoção religiosa. Mafra e o convento de Odivelas, onde a Madre Paula recebe D. João V num palácio de conto de fadas. O mesmo D. João V que manda cunhar moedas especiais unicamente destinadas a pagar às suas mulheres… O Vaticano absorve grandes doações. Tudo isto alimenta a revolta dos colonos. E, quanto ao Império Britânico, acaba por acontecer o inevitável. A colónia portuguesa passa a ser bem mais interessante que a metrópole.
CONSPIRAÇÕES
Tiradentes e José Álvares Maciel conhecem-se desde a infância. Quando este volta ao Brasil, logo se encontram no Rio de Janeiro e esboçam um plano de acção. Depois, José torna-se advogado de Tiradentes, que não consegue receber o soldo. Isso permite-lhes atrair o tenente-coronel Francisco de Paula. O número aumenta, mais oficiais, padres, o coronel Inácio de Alvarenga, que deixara de ser magistrado por não querer servir um governo injusto e opressor e se dedica à mineração e ao gado.
Os encontros sucedem-se. Afinam-se pormenores. Tiradentes leva a sua avante: a revolução começará em Minas, pelo povo em marcha, logo seguido pela tropa. Alvarenga é a favor. Põem-se de acordo sobre "não haver levante sem degola". Quem será o escolhido? Tiradentes sugere que seja o ajudante do governador, figura sem escrúpulos e odiada por todos.
INFRA-ESTRUTURA VI
Os brasileiros são já milhões de consumidores e potenciais consumidores de produtos ingleses. Um mercado a não desperdiçar. Mas para o consolidar, é preciso que se desenvolva o território e tal não acontece. O empecilho chama-se Portugal. E a Inglaterra apressa-se a, mais uma vez virar as coisas a seu favor. Napoleão invade o país, eis a oportunidade dourada.
Temeroso de Napoleão, D. João V prepara a frota. Não lhe traça rumo embora se apreste a arribar à Madeira, para aí fixar provisoriamente a sede do governo. Ó doce ilusão!... Beresford, general e embaixador inglês, transmite-lhe ordens taxativas. Sem pestanejar, o rei obedece e parte no dia seguinte. Eis como vem para ao Brasil a toque de caixa, em 1808, a Corte portuguesa, incumbida de desenvolver a colónia e prepará-la para cair no colo dos ingleses. Os brasileiros olham atónitos para gente estranha, de roupas estranhas e costumes exóticos.
"Mas antes da abertura dos portos não era também da Inglaterra que o Brasil importava? (…) A importação se fazia, no entanto, através de Portugal, que tinha o monopólio do comércio com as suas colónias. E é natural que um país colonizador, mas sem indústria, perca por completo suas colónias no dia em que os navios de outros países, mais ricos que ele, conseguirem frequentá-las livremente, e ainda com certas regalias aduaneiras, porque até isso os ingleses obtiveram de D. João VI, em favor da Inglaterra, contra Portugal…"
(Brasil Gerson, ibid)
INCONFIDÊNCIA
Uns Inconfidentes resistem ao interrogatório, outros não. Entretanto, o que está a acontecer no resto do mundo? Consulta a Tábua Cronológica.
Je suis brézilien et vous savez que ma malheureuse patrie gemit dans un affreux esclavage, que devient chaque jour insupportable…
(carta de José Joaquim da Maia a Thomas Jefferson, embaixador dos Estados Unidos em Paris, cerca 1786)
A insurreição está marcada para quando começar a derrama. É até desenhada uma bandeira, um triângulo e os dizeres em latim LIBERTAS QUAE SERA TAMEM (Liberdade ainda que tardia). Mas os Inconfidentes começam a ficar inquietos. O Governador parece mandar indirectas a Alvarenga. O Padre Carlos de Toledo apercebe-se que se alguma coisa correu mal só pode ser por denúncia.
- Mas de quem, homem de Deus?
- Só pode ter sido Joaquim Silvério, por alguma razão lhe chamam Joaquim Sallieri... (evocação do Sallieri que traíra Mozart).
E de facto, o Coronel Joaquim Silvério, crivado de dívidas perante a Coroa, trai os seus companheiros na Inconfidência e tudo vai delatar às autoridades portuguesas.
Para suprimir o sinal para a revolta, o Governador não executa a derrama. Um vulto vestido de mulher, cabeça coberta por grande chapéu vai de casa em casa. Todos os conspiradores são avisados que Tiradentes foi preso no Rio.
Um a um, são todos presos e enviados para o Rio, maltratados. Ficam por três anos presos, incomunicáveis. O desembargador e poeta Tomás António Gonzaga acabará desterrado em Moçambique. Em versos à sua musa Marília escrevera, premonições: "...mil inocentes / Nas cruzes pendentes, / Por falsos delitos, / Que os homens lhes dão."
O advogado e poeta Cláudio Manuel da Costa, sessenta anos, espera menos tempo. Aparece misteriosamente morto no cubículo infecto onde o encerraram e aviltantemente interrogaram. Suicídio, dizem...
Presos, uns resistem e outros não. Os três anos de sofrimento e a perspectiva da morte revelam personalidades inesperadas entre os Inconfidentes.
Maciel, o teórico do movimento, depõe várias vezes e em todas elas tenta passar por inocente e atribuir todas as culpas aos outros conjurados. Que o instigador de tudo fora Tiradentes...
O mesmo afirma em carta ao Governador o Tenente-Coronel Francisco de Paula. Comandante da tropa mais importante em terra brasileira, sua pena será decerto das mais severas.
Alvarenga, esse, inventa. Afirma que Tiradentes é estúpido, que as reuniões dos Inconfidentes eram cenas depravadas. Em latim, lança elogios ao Governador.
Como podem fazer parte da mesma história que Tiradentes?
Apêndice
Declaração da Independência dos Estados Unidos da América
"Quando no curso dos acontecimentos humanos necessita um povo desatar os laços políticos que o uniram a outro, e tomar entre as nações da terra lugar aparte e igual ao que lhe dão direito as leis naturais e as do Deus da natureza, o respeito à opinião da humanidade o obriga a declarar as causas que o decidem à separação. Julgamos evidentes por si mesmas estas verdades: todos os homens nasceram iguais; estão dotados pelo criador de certos direitos inalienáveis; entre esses direitos contam-se o direito à vida, à liberdade e o da procura da felicidade. Estabeleceram-se governos entre os homens para garantir seus direitos, e o poder do governo emana do consentimento dos governados. Sempre que uma forma de governo chega a ser a negação desse fim, o povo tem o direito de mudá-la ou de aboli-la e de estabelecer um novo governo, baseando-o nos princípios e organizando-o na forma que ache mais adequada para dar-lhe segurança e bem estar. A prudência ensina, na verdade, que não convém mudar por causa pequenas e passageira os governos estabelecidos de longa data, e a experiência de todos os tempos mostra, com efeito, que os homens mostram-se mais dispostos a tolerar os males suportáveis do que fazer justiça a si mesmos, abolindo as formas a que estão acostumados. Mas quando uma larga série de abusos e usurpações, que tendem invariavelmente ao mesmo fim, marca o propósito de submetê-los ao despotismo absoluto, têm o direito de rechaçar esse governo e de prover, com novas salvaguardas, sua segurança futura. Tal tem sido a paciência destas colónias e tal é hoje a necessidade que as força a mudar seus antigos sistemas de governo. A história do rei actual da Grã-Bretanha é a história duma série de injustiças e usurpações repetidas que têm por fim directo o estabelecimento duma tirania absoluta nestes Estados. Para prová-lo, submetemos os factos ao mundo imparcial.
"(...) Devemos portanto ceder à necessidade que impõe nossa separação e olhá-los, com o resto da humanidade, como inimigos na guerra e amigos na paz. Em consequência, nós outros, os representantes dos Estados Unidos da América, reunidos em Congresso geral, tomando por testemunha da rectidão das nossas intenções o Juiz Supremo do Universo, publicamos e declaramos solenemente, em nome e pela autoridade do bom Povo destas Colónias, que as Colónias unidas são e têm o direito de ser estados livres e independentes; que estão desligados de toda a obediência à Coroa da Grã-Bretanha; que todo o laço político entre eles e o Estado da Grã-Bretanha está, e deve ser, completamente quebrado; que, como Estados livres e independentes, têm plena autoridade para fazer a guerra, concluir a paz, contrair alianças, regulamentar o comércio e realizar todos os demais actos ou cousas que os Estados independentes têm direito a executar; e possuídos de firme confiança na protecção da Divina Providência, comprometemos mutuamente na execução desta declaração nossas vidas, nossas fortunas e o nosso bem mais sagrado: a honra".
Fonte: www.vidaslusofonas.pt
domingo, 19 de abril de 2009
DIA DAS MÃES!

Dia das mães, no 2º domingo de maio – dia 19 de maio
Como Surgiu?
A mais antiga comemoração dos dias das mães é mitológica. Na Grécia antiga, a entrada da primavera era festejada em honra de Rhea, a Mãe dos Deuses.
A próxima comemoração foi no início do século XVII, quando a Inglaterra começou a dedicar o quarto domingo da Quaresma às mães das operárias inglesas. Nesse dia, as trabalhadoras tinham folga para ficar em casa com as mães. Era chamado de "Mothering Day", fato que deu origem ao "mothering cake", um bolo para as mães que tornaria o dia ainda mais festivo.
Nos Estados Unidos, as primeiras sugestões para a criação do dia das mães foi dada em 1872 pela escritora Júlia Ward Howe, autora de "O Hino de Batalha da República".
Mas foi outra americana, Ana Jarvis, no Estado da Virgínia Ocidental, que iniciou a campanha para instituir o Dia das Mães. Em 1905 Ana, filha de pastores, perdeu sua mãe e ficou muito triste. Preocupadas com aquele sofrimento, algumas amigas tiveram a idéia de perpetuar a memória de sua mãe com uma festa. Ana quis que a festa fosse para todas as mães, vivas ou mortas, com um dia em que todas as crianças se lembrassem e homenageassem suas mães. A idéia era fortalecer os laços familiares e o respeito pelos pais.
Durante três anos seguidos, Anna lutou para que fosse criado o Dia das Mães. A primeira celebração oficial aconteceu somente em 26 de abril de 1910, quando o governador de Virgínia Ocidental, William E. Glasscock, incorporou o Dia das Mães ao calendário de datas comemorativas daquele estado. Rapidamente, outros estados norte-americanos aderiram à comemoração.
Finalmente, em 1914, o então presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson (1913-1921), unificou a celebração em todos os estados, estabelecendo que o Dia Nacional das Mães deveria ser comemorado sempre no segundo domingo de maio. A sugestão foi da própria Anna Jarvis. Logo depois, mais de 40 países comemorava da mesma forma, admirados com a idéia.
O sonho foi realizado, mas, com o tempo, o Dia das Mães se tornou uma data triste para Anna Jarvis. A popularidade do feriado fez com que a data se tornasse uma dia lucrativo para os comerciantes, principalmente para os que vendiam cravos brancos, flor que simboliza a maternidade. "Não criei o dia as mães para ter lucro", disse a um repórter, em 1923. Neste mesmo ano, ela teve a idéia de cancelar o Dia das Mães, mas não foi aceita.
Anna passou praticamente toda a vida lutando para que as pessoas reconhecessem a importância das mães. Na maioria das ocasiões, utilizava o próprio dinheiro para levar a causa adiante. Dizia que as pessoas não agradecem freqüentemente o amor que recebem de suas mães. "O amor de uma mãe é diariamente novo", afirmou certa vez. Anna morreu em 1948, aos 84 anos. Mesmo sem nunca ter sido mãe, recebeu cartões comemorativos vindos do mundo todo, por muitos anos seguidos.
No Brasil
O primeiro Dia das Mães brasileiro foi promovido pela Associação Cristã de Moços de Porto Alegre, no dia 12 de maio de 1918. Em 1932, o então presidente Getúlio Vargas oficializou a data no segundo domingo de maio. Em 1947, Dom Jaime de Barros Câmara, Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro, determinou que essa data fizesse parte também no calendário oficial da Igreja Católica.
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Biografia de Monteiro Lobato para Trabalhos Escolares

MONTEIRO LOBATO
Lobato, o grande autor da literatura infanto-juvenil,
Após início de sua carreira, Lobato vai aos Estados Unidos.
Nacionalista, Lobato escrevia sobre o futuro da nação.
No livro, O Sítio do Pica-pau Amarelo,
Autor: Manuel de Almeida (Manal)
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Dia de Monteiro Lobato | Dia 18 de Abril

No Brasil, na década de 1970, ‘O Sitio do Pica Pau Amarelo’ virou programa infantil de televisão, sendo exibidio pela Rede Globo de Televisão. O programa era baseado em seus livros infantis e se passavam no Sítio do Picapau Amarelo, um sítio no interior do Brasil, tendo como uma das personagens a senhora dona da fazenda Dona Benta, seus netos Narizinho e Pedrinho e a empregada Tia Nastácia. Esses personagens foram complementados por entidades criadas ou animadas pela imaginação das crianças na história: a boneca irreverente Emília e o aristocrático boneco de sabugo de milho Visconde de Sabugosa, a vaca Mocha, o burro Conselheiro, o porco Rabicó e o rinoceronte Quindim.
No entanto, as aventuras na maioria se passam em outros lugares: ou num mundo de fantasia inventados pelas crianças, ou em histórias contadas por Dona Benta no começo da noite. Esses três universos são interligados para a histórias e lendas contadas pela avó naturalmente se tornarem cenário para o faz-de-conta, incrementado pelo dia-a-dia dos acontecimentos no sítio.
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
TIRADENTES - 21 de Abril

Biografia
Nascido em uma fazenda no distrito de Pombal, próximo ao arraial de Santa Rita do Rio Abaixo, à época território disputado entre as vilas de São João del-Rei e São José do Rio das Mortes, na Minas Gerais. O local de nascimento é uma ironia da história. O Marquês de Pombal foi arqui-inimigo de Dona Maria I contra a qual Tiradentes conspirou, e que comutou as penas dos inconfidentes.
Joaquim José da Silva Xavier era filho do reinol Domingos da Silva Santos, proprietário rural, e da brasileira Maria Antônia da Encarnação Xavier, tendo sido o quarto dos sete filhos.
Em 1755, após o falecimento da mãe, segue junto a seu pai e irmãos para a sede da Vila de São José; dois anos depois, já com onze anos, morre seu pai. Com a morte prematura dos pais, logo sua família perde as propriedades por dívidas. Não fez estudos regulares e ficou sob a tutela de um padrinho, que era cirurgião. Trabalhou como mascate e minerador, tornou-se sócio de uma botica de assistência à pobreza na ponte do Rosário, em Vila Rica, e se dedicou também às práticas farmacêuticas e ao exercício da profissão de vendedor de alho, o que lhe valeu a alcunha Tiradentes, um tanto depreciativa. Não teve êxito em suas experiências no comércio.
Com os conhecimentos que adquirira no trabalho de mineração, tornou-se técnico em reconhecimento de terrenos e na exploração dos seus recursos. Começou a trabalhar para o governo no reconhecimento e levantamento do sertão brasileiro. Em 1780, alistou-se na tropa da Capitania de Minas Gerais; em 1781, foi nomeado comandante do destacamento dos Dragões na patrulha do "Caminho Novo", estrada que servia como rota de escoamento da produção mineradora da capitania mineira ao porto Rio de Janeiro. Foi a partir desse período que Tiradentes começou a se aproximar de grupos que criticavam a exploração do Brasil pela metrópole, o que ficava evidente quando se confrontava o volume de riquezas tomadas pelos portugueses e a pobreza em que o povo permanecia. Insatisfeito por não conseguir promoção na carreira militar, tendo alcançando apenas o posto de alferes, patente inicial do oficialato à época, e por ter perdido a função de comandante da patrulha do Caminho Novo, pediu licença da cavalaria em 1787.
Morou por volta de um ano na cidade carioca, período em que idealizou projetos de vulto, como o bondinho do pão-de-açucar e a canalização dos rios Andaraí e Maracanã para a melhoria do abastecimento d'água no Rio de Janeiro; porém, não obteve aprovação para a execução das obras. Esse desprezo fez com que aumentasse seu desejo de liberdade para a colônia. De volta às Minas Gerais, começou a pregar em Vila Rica e arredores, a favor da independência daquela província. Organizou um movimento aliado a integrantes do clero e da elite mineira, como Cláudio Manuel da Costa, antigo secretário de governo, Tomás Antônio Gonzaga, ex-ouvidor da comarca, e Inácio José de Alvarenga Peixoto, minerador. O movimento ganhou reforço ideológico com a independência das colônias estadunidenses e a formação dos Estados Unidos da América. Ressalta-se que, à época, oito de cada dez alunos brasileiros em Coimbra eram oriundos das Minas Gerais, o que permitiu à elite regional acesso aos ideais liberais que circulavam na Europa.

1 Biografia
1.1 O movimento
1.2 Julgamento e sentença
2 Legado
3 Carnaval
4 Cinema, televisão e livros
5 Ver também
6 Bibliografia
7 Ligações externas
8 Referências
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Esse blog foi criado com o objetivo de mostrar meu trabalho, minha arte e minhas paixões: educar e trabalhos com EVA! Além de poder trocar experiências com Pais, Educadores, Pedagogos... Estarei postando artigos e atividades referentes a Educação Infantil. A maioria do material encontrado aqui, tais como artigos e imagens, são de minha autoria, mas alguns foram coletados da Internet. Não tenho a intenção de violar os direitos autorias, se você tiver direito sobre alguma imagem ou texto, peço que entre em contato, assim se preferir eu posso retirar do blog ou colocar os devidos créditos. Muito Obrigada e espero que meu cantinho te ajude!!!
"Felicidade é morar numa cidade, feita do jeitinho pra gente ser feliz...."

MINHA LINDA E ABENÇOADA FAMÍLIA!

"Meu filho vai ter nome de santo, quero o nome mais bonito... é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se vc parar pra pensar, na verdade não há..."
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