Jogo de equipe, cooperação e respeito às diferenças falam mais alto quando o assunto é futebol.
Brasil x Alemanha na final da Copa de 2002. O placar marca 1 x 0 para o Brasil. No segundo tempo, Rivaldo recebe um passe de Gilberto Silva na entrada da área. Numa jogada ensaiada, o atacante engana a zaga adversária, deixando a bola passar por entre as pernas e... gooool de Ronaldo! Rivaldo poderia ele mesmo ter finalizado a jogada. Ficaria com os louros por ser o autor do chute que fez nossa seleção ser pentacampeã. Mas não hesitou em dar preferência ao companheiro, que estava mais bem posicionado. A cena remete ao quarto gol da final de 1970, quando o Brasil ganhou de 4 a 1 da Itália. Até chegar à rede, a bola passou pelos pés de quase todos os jogadores do time.
Essa é uma lição que todas as seleções campeãs têm para dar: em jogo de equipe, ninguém ganha sozinho. Diferentemente dos treinos esportivos profissionais ou amadores - cujo objetivo é melhorar o rendimento de cada atleta e aprimorar a performance do time para vencer qualquer partida -, as aulas de Educação Física têm como uma das principais metas despertar nos alunos o senso de igualdade e solidariedade.
Em quadra, é importante ajudar a turma a derrubar dois mitos: o primeiro é pensar que futebol é coisa de homem. Boleiras como a alemã Birgit Prinz (eleita três vezes consecutivas a melhor do mundo), a brasileira Delma Gonçalves, a Pretinha (veterana da Copa do Mundo feminina, convocada para jogar nas quatro edições do campeonato), e Marta Vieira da Silva (uma das melhores canhotas do país) estão aí para provar o contrário. Sem contar o time das norte-americanas, único bicampeão mundial. A Federação Internacional de Futebol Association (Fifa) organiza desde 1991 a Copa Feminina - a primeira foi na China. O torneio se realiza de quatro em quatro anos, tem a participação de 16 países e é acompanhado por mais de 500 milhões de espectadores no mundo todo. O segundo mito é o que diz que as pessoas portadoras de deficiência não têm habilidade para os esportes. Elas não só praticam quase todas as modalidades como jogam futebol (e bem) em campo e em quadra. Tanto é assim que a seleção brasileira de futebol de 5, jogado por atletas com deficiência visual, tem um título que o time principal (aquele dos Ronaldos) nunca conquistou: o de campeão olímpico. Pela primeira vez nos Jogos Paraolímpicos de Atenas, em 2004, a equipe verde-e-amarela papou uma medalha de ouro. E não parou por aí. O time de futebol de 7, cujos jogadores têm paralisia cerebral, ficou com a medalha de prata no mesmo campeonato. Palmas para os paraolímpicos do Brasil.
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Inclusão
Deficientes e eficientes
Para incluir estudantes com diferentes tipos de deficiência nas atividades esportivas é necessário...
Observar a capacidade e habilidade motora deles.
Conhecer as limitações de cada um e consultar um especialista para garantir a segurança durante as aulas.
Criar tarefas que permitam o máximo de socialização entre todos.
Organizar atividades em que eles possam usar os aparatos que fazem parte de sua rotina (cadeira de rodas, bengala etc.).
Prezar pelo sucesso de todos valorizando o que eles conseguem fazer no jogo.
Mulher no gramado
O primeiro jogo feminino de que se tem notícia no Brasil foi disputado em 1913, em São Paulo. Na década de 1980, surgiram as primeiras equipes profissionais.
A seleção dos Estados Unidos (foto) é a única bicampeã mundial. Venceu a Noruega em 1991, na China, com um recorde de 25 gols marcados.
O segundo título veio em casa, em 1999, numa decisão contra a China.
A seleção brasileira feminina de futebol ficou em terceiro lugar na Copa de 1999, mas foi desclassificada pela Suécia na mais recente edição do evento, em 2003.
Bate-bola nas Paraolimpíadas
Os primeiros Jogos Olímpicos para atletas com deficiência foram organizados em Roma, em 1960, com cerca de 400 participantes de 23 países.
O futebol de 5 é praticado em quadras de futebol de salão por jogadores com deficiência visual. A bola tem guizos.
O futebol de 7 é jogado em campo de society por atletas com paralisia cerebral. Não existe impedimento e o arremesso lateral pode ser feito com uma ou as duas mãos.
Quer saber mais?
BIBLIOGRAFIA
Atividade Física Adaptada, Eliane Mauerberg de Castro, 595 págs., Ed. Tecmedd, tel. (16) 3512-5500, 85 reais
Co-Educação Física e Esportes: Quando a Diferença É Mito, Maria do Carmo Saraiva, 208 págs., Ed. Unijuí, tel. (55) 3332-7100, 20 reais
Corporeidade e Educação Física: Do Corpo-Objeto ao Corpo-Sujeito, Terezinha Petrucia Nóbrega, 112 páginas, EDUFRN, tel. (84) 3215-3236, 14 reais
Didática da Educação Física: Futebol, Elenor Kunz, 200 págs, Ed. Unijuí, 25 reais
http://revistaescola.abril.com.br/educacao-fisica/fundamentos/educacao-fisica-424006.shtml
adorei seu blog, inteligência única de q/ sabe fazer... ao vivo e a cores.
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